TRADUÇÃO / TRANSLATE / TRADUCCIÓN

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

diversidade

[1]
Ser bem remunerado não significa ser bem pago
Ser bem remunerado significa ganhar bem fazendo o que gosta
Ser bem remunerado não significa escravizar-se pelo preço
Ser bem remunerado significa não fazer nenhuma aposta.
[2]
Ter medo de ser estranho prejudica aquele que gosta de fazer o que quer
Ter medo do estranho incomoda quem tem medo
Ter medo de ser estranho favorece o mal querer
Ter medo do estranho fortalece o apego
[3]
O número três, para que não tem o que fazer
Serve de apoio para diferenciar entre o gostar e o apostar.
Ou se aposta, ou se gosta, pois se não souber...
Ainda se pode anular.
[4]
Psicografando1  Marcelo:
“A vida demonstra-se volúvel, pois o sentido muda.
Mas você me fez pensar sobre os caminhos da vida:
Whatever, whenever e wherever! (Seja como for, quando ou onde quer!)
Quando se é incoerente, precisa-se pagar!”

1 Psicografar é uma maneira de dizer: eu preciso escrever isto, pois só os mortos falam assim.

pps
imagem disponível na interntê

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

um olhar para o vinho

O vinho é uma das primeiras criações da humanidade. É um elemento de festa ou de cerimônia religiosa. Já ocupou um lugar privilegiado em inúmeras civilizações que o consideravam como acompanhante necessário a um banquete. Pode ser ainda, medicamento e antisséptico.
Durante sua jornada, o vinho esteve, e está relacionado a grandes descobertas, como, por exemplo, as primeiras reações químicas encontradas pelo homem: a fermentação e a oxidação. É certo que há cerca de sete mil anos o vinho está intimamente ligado à cultura europeia – e continua a inspirá-la. Mas de fato, o vinho desempenhou muitos papéis. Isto significa que o tratamento que damos ao vinho é muito particular, e com muito cuidado e expectativa espera-se que uma nova garrafa seja aberta.
Lendo bem o rótulo, é possível determinar a origem, procedência e qualidade de um vinho. Para degustá-lo são necessários alguns rituais como, por exemplo:
·         Incline o copo próximo da horizontal, isso lhe permite analisar a cor, largura e tom da “borda”;
·         Segure o copo pela haste, ou pelo pé, entre o polegar e o indicador para aspirá-lo antes de fazê-lo girar no copo;
·         Faça-o girar – a maioria dos destros o faz no sentido anti-horário;
·         Examine as “pernas” ou “lágrimas”, elas são espessas ou finas, descem rapidamente, ou lentamente pelas paredes do copo;
·         Inale! Sinta de forma profunda ou suave, natureza do vinho;
·         Experimente o vinho num gole razoável e, de preferência, “mastigue-o”, e ao apertar os lábios, aspire o ar para arejá-lo,
            Para esse natal – regado a muito vinho – é imprescindível que saibam escolher o vinho que irão beber, e ao mesmo tempo, servir a seus convidados. Segundo o sítio na internet vinhos do Brasil1 o cardápio disponível no país para as uvas tintas são as seguintes: Cabernet Sauvignon; Merlot; Cabernet Franc; Pinotage; Pinot Noir; Syhah; Tannat. Para as uvas brancas temos: Chardonnay; Malvasia Bianca; Moscato Branco; Moscato Canelli; Prosecco; Riesling Itálico.
            Associações entre estilos de vinhos e receitas a fim de facilitar a escolha de um vinho é uma decisão que, no entanto, deve ser tomada sempre em função de gosto pessoal. Mas para esse natal tenho as seguintes sugestões: leitão assado é aconselhado vinho tinto jovem de uva Cabernet Sauvignon; frango ao alho com tintos envelhecidos, bem como carneiro; estrogonofe de carne com uvas Merlot. Se o frango for ao creme de champignon, vinho branco de uva Riesling; no caso de massas com molho à base de carne, todos os tintos, e vinhos brancos, com massas à base de peixe, ou creme de leite; panquecas de queijo e lagosta, vinhos de uva Chardonnay. Estas são algumas situações de combinações que podem ser feitas e refeitas [...].
 O seu natal será sensacional, se o seu gosto fizer de você alguém que facilita a escolha do vinho, e que seus convidados se sintam à vontade para compartilhar do saboroso poder de degustar um bom vinho. Feliz natal e um próspero ano novo.

Para saber mais: Larousse do Vinho
Foto: Diônatas Piovezan - dpiovezan@gmail.com
1Disponível em http://www.vinhosdobrasil.com.br/vinhos_servico.php, acesso em 23 nov. 2010.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

a professora

Este é o nome da cerveja.
Eu lhe direi um dia
Como se faz cerveja.
A cerveja que te ensina.
A cerveja que “arroxa” (isso dá […] , […] pra bahia)
A cerveja que aprecia
A cerveja que prestigia
A cerveja que alivia
A cerveja que educa.
A cerveja que aparecia?
A cerveja que apareceu!!
pps

sábado, 30 de outubro de 2010

per fumare

Independente do gênero, os perfumes têm feito parte da civilização há séculos. É provável que os primeiros tenham surgido juntamente com o fogo. Os humanos do passado costumavam fazer oferendas aos deuses, e assim eram produzidas quantidades significativas de fumaça proveniente da queima de madeira e folhas – o incenso é talvez um dos produtos oriundos desse tipo de prática.

É igualmente provável que os egípcios tenham desenvolvido técnicas de extrair substâncias com intuito de fixá-las nas pessoas. Sendo assim, utilizavam certas flores, materiais vegetais ou mesmo animais, imersos ou embebidos em óleos ou gorduras, onde nestes eram deixadas suas propriedades odoríficas. Podemos perceber isto nos ungüentos e perfumes mencionados na Bíblia.

O termo perfume é originário das palavras latinas per (que significa origem de) e fumare (fumaça). Ao aplicar um perfume, promovemos o contato de substâncias odoríficas e voláteis com a pele. Falando em termos masculinos, muitas mulheres adoram o “cheiro” natural de um homem. É aliado a esse perfume natural que encontramos o que atualmente é denominado de feromônios.

A escolha de um perfume é essencial para o sucesso de sua aplicação, pois a escolha certa, levando em consideração a fragrância, a compatibilidade com os odores naturais, a diluição e o fixador, podem levar tanto mulheres quanto homens a sensações muito peculiares, pois os perfumes têm o poder de abalar as mensagens olfativas que são enviadas ao nosso cérebro, que por sua vez, estão associadas à emoção, criatividade, memória e libido.

Fazendo a escolha correta, aumentam-se muito as probabilidades de seu sucesso, portanto identifique o seu perfume e deixe aflorada sua marca por onde você passar.

pps

sábado, 9 de outubro de 2010

Propriedade

Seu tênis é branco demais
Seu pensamento é falho demais
Seu cabelo é grande demais
Sua postura: é própria demais

Quando os meus olhos brilharam
Diante de tanta riqueza
Também vi a pobreza

Num mundo estrabico
O que se vê é confusão
Parece que libertaram
O "GRAN": la concha de tu...

É só mais uma noite...
Uma noite especial
Que não passa de
Algo demais.

sábado, 2 de outubro de 2010

isso soa familiar?

Reunião familiar
Particularidade a se desgustar
Estar junto é algo inexpliavel
E certeza considerável

O pequeno, o pequeno aprendiz
Sempre tem algo, e nos diz
Mesmo que seja apenas um chamariz
Será sempre um aprendiz

Assim como eu!

Hoje, agora, exatamente agora
É tão inusitado quanto foi um dia
E assim alimentaria (ei) este momento
Para toda a eternidade

Vida e Morte à família.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

uma nova terminologia

Calendário Juliano: a.C.
Gregoriano: d.C.
e agora [...] AP

O que será isso, senão uma forma de presentear tanto o passado quanto o futuro?

O que são 2000 anos diante da evolução humana?

Com certeza as batalhas travadas entre Horus e Set são mais antigas.

Será que o que estou escrevendo é o presente?

Presente de que, de quem? Dos deuses?

Os deuses já foram de tudo. Até astronautas, porque não ser apenas seres humanos?

Daqui a algumas décadas, eu não serei mais quem sou.
E o que será de Cristo e os demais messias que "habitaram" a Terra?

Os homens do futuro, muito provavelmente não se lembrarão deles (mesmos), pois passarão parte do seu precioso tempo buscando novas terminologias.

image: flickr.com


pps.

domingo, 26 de setembro de 2010

insumo

Minha vida está por um fio
e nessa intensa sensação de calafrio
sinto todos os sintomas
inclusive os do linfoma

ouvi recentemente que pra infarto
quando se quer manter o indivíduo vivo
o melhor depurativo é o AS,
e ao mesmo tempo provocar o tossido.

Não sei se o que sinto é medo
pra ser sincero não sei o que sinto.
Deveria eu ficar alegre?
Deveria eu ficar apreensivo?
Deveria eu ficar tranquilo?
ansioso?
Ou deveria eu ficar curioso?

Só sei que não tenho forças
nem pra tossir mais.

E o pior de tudo é que sei
que a causa do meus problemas
são as coisa que mais gosto.
Eu deveria desgostar das coisa que eu gosto?

Eu deveria desistir como um
covarde [...] um bundão?

Eu deveria me contentar com Nietzsche: 

157- A idéia do suicídio é um forte consolo. Ajuda a suportar muitas noites más.

Quem realmente sabe o que deve fazer?

Pode ter certeza, o que eu menos gostaria é disperdiçar o seu tempo, mas se você leu esse insumo até agora, é porque tem a mesma preocupação que eu.

Sinto muito, mas se por um acaso venha a ser julgado veemente suspeito de heresia, faço minhas as palavras de Galileu:

portanto, querendo retirar da mente de VS. Eminências e de todo fiel cristão esta veemente suspeita [...] com o coração sincero e fé não fingida abjuro, e amaldiçoo e detesto os erros e heresias acima [...] (24:XXIV).

Eu não vou desistir!

pps

uma canção para Mo:bius*

É como o infinito
Apesar do que foi dito
Torna-se escrito
Vê-se circunscrito

A exemplo da mente humana
Possivelmente coisa insana
Dever-se-a ser somente puritana
Ou incansavelmente sagassiana

Voltas que se encontram
Revoltas que se desencontram
Viagens in sito
Ou morte na cabana...

*apenas um homem tentando preencher o vazio das coisas.
PS: ver comentários

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

a internet e suas malcriações

de: Alan Morrison
para: Professor kleinrock
data: 23 de setembro de 2010 16:01
assunto: Prof queria saber se isso é verdade.
enviado por: unb.br

E aí prof blz?
Essa história de mentos na coca cola light é verdade? se alguém chupar um mentos e beber coca cola dá algum problema?
Me disseram que não pode beber os dois juntos.

valeu fessor.
Alan Jam

_________________________________________________________________
from: Professor kleinrock
to: Alan Morrison
date: 23 de setembro de 2010 16:53
subject: Re: Prof queria saber se isso é verdade.
Mailed by: lk.cs.ucla.edu

Olá caro Alan.

Um dos problemas da internet é sua utilização de forma indiscriminada. É preciso ser esperto para não cair no que muita gente chama de: "o conto do vigário". Essa estória de que mentos e coca-cola podem aleijar, ou mesmo matar uma pessoa é um desses contos.

A confiabilidade de informações oriundas da internet requer paciência e investigação. Não se pode confiar em qualquer sítio que se abre. É preciso verificar por exemplo: sua procedência; quem escreveu; se esta pessoa existe mesmo! Se a informação é fruto de pesquisa, ou, ainda, se o vídeo é mera produção caseira (montagem). O sítio, e-mail, ou qualquer um desses veículos de informação, tem que ter um histórico de credibilidade.

Não acredite no primeiro sítio que você clica no google. Uma sugestão pode ser clicar nos sítios que geralmente estão ligados a universidades, pois, o índice de acerto é maior, não que os sítios de universidades estejam livres de malcriações, mas é uma forma de crédito um pouco mais consistente.

Me lembrei de um sítio onde seus criadores adoram desmistificar alguns contos: http://www.efarsas.xpg.com.br/

Um grande abraço e tudo de bom!

Kleinrock

pps

sábado, 18 de setembro de 2010

desperdício [waste]

A partir de agora é puro desperdício

Primeiramente desperdício de tinta
Segundo desperdício de tempo
Terceiro desperdício de vida
Quarto desperdício de cerveja
Quinto desperdício de vontade
Sexto desperdício de importância
Sétimo desperdício de palavras
Oitavo desperdício de paciência
Nono desperdício de força
Oitavo desperdício de poder
Décimo primeiro desperdício de ouvido
12o. urgência
13o. persistência
14o. chatice
15o. intolerância
16.economia
17 busca
18 recursos
19 ...
Vigésimo: agora é por sua conta!

pps

bundão

O espinho torto espeta o vivente
Cançado e confuso percebe o vazio
Maldita hora que foi me deixar sozinho
Bendita hora encontrei-me: sobrevivente

Tenho saudades do tempo de casado
Tenho saudades do tempo de solteiro
Tenho saudades do tempo de trapaceiro
Tenho saudades do tempo ultrapassado

Não vejo a hora de explodir
Poder tocar o Sol e não implodir
Penso na infelicidade do tempo e no devir
Sonho com o dia em que poderei sair

Sou do tempo em que o amor era feito com a mão
Sou do tempo em que o homem tinha culhão
Sou do tempo em que viver era como o pião
Sou do tempo em que sofrer era coisa de bundão.

pps

sábado, 21 de agosto de 2010

Reflexão sobre a distância


Em 30 de março deste ano, o Secretário de Educação a distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky, consolidando o Plano Nacional de Formação de Professores, apresentou, na Conferência Nacional de Educação (CONAE) realizada em Brasília, aquilo que, segundo ele, beneficiará 332 mil docentes em exercício na rede pública de ensino, até 2011. Vagas a serem distribuídas em 90 mil instituições públicas de ensino superior, sendo 46% de Ensino a Distância e 54%, Presenciais. 
As perspectivas acerca do que antes foi dito, refletem numa espécie de portal para a introdução de conceitos imersos em “novas” tecnologias. 46% parecem ser algo expressivo diante daquilo que se pode ver entre os colegas internautas. Transpor as barreiras do analfabetismo digital não significa participar de “tudo quanto é tipo de rede de relacionamento” existente na internet. Nossas crianças necessitam de professores que sejam capazes de orientá-las nesse “novo” mundo. Professores engajados. Mas sobretudo alunos engajados.
Aparentemente uma das preocupações sobre a responsabilidade que o professor tem diante desse novo mundo é: o que os recém chegados a este mundo vêm produzindo? São seres dotados de inteligência e perspicácia que a todo o momento clamam por orientação. Não sabem o que fazer com tanta diversidade – muito menos nós. 
É extremamente louvável aquele que consegue construir algo sozinho. Mas o foco de nossas observações está concentrada numa construção cooperativa e colaborativa, e é por isso que dispomos de nosso tempo aqui. Nós aprendemos a cultivar nosso tempo, e nos consideramos “maduros” o suficiente para enfrentá-lo. Mas e as crianças? Somos nós que estamos invadindo o tempo das crianças, ou estamos tentando manipular o tempo delas, ou ainda, somos nós os responsáveis por romper a fronteira de compreensão temporal que jamais foi vivida?

terça-feira, 13 de julho de 2010

De amplo espéctro


Qual a dúvida mais antiga de que você é capaz de se lembrar? E atualmente, há alguma em especial?

A dúvida mais antiga? Putz... sei lá. Deve ter sido algo como “porque esse cara ta me batendo?” e a segunda pode ter sido, “caralho, todo mudo sorrindo enquanto eu choro? Só tem sádico nesse lugar?”. Mas que relevância tem isso? Naquela época ainda haviam algumas dúvidas, agora tudo são dúvidas. E duvido que possa classificar minhas dúvidas em ordem de importância.

Como você duvida de que seja capaz de classificar suas dúvidas por ordem importância, então que diferença ou que semelhança você pode perceber entre tais dúvidas?

A resposta assertiva a respeito da sua questão resolveria parte das minhas dúvidas, porém suspeito que todas as dúvidas tenham algo em comum: por se tratarem de questões sem solução, suponho que todas elas sejam oriundas da provável ausência de conhecimento.

Neste caso, é possível que exista algo que possibilitou o surgimento de uma dúvida em sua mente. Como você lida com isso?

Você tem razão, existem vários “algos” que possibilitaram dúvidas em minha mente. Mas existem dúvidas raízes de todas elas que não serão sanadas. Quando algo possibilita uma dúvida é porque consideramos algumas coisas como certezas, o que é um grande absurdo. Com a ciência, por exemplo, isso ocorre muito. Mas a consideração de uma certeza viola várias de nossas dúvidas. De modo que não há muito a ser considerado sobre uma dúvida oriunda de uma certeza falsa. Voltamos de novo a raiz de tudo: as dúvidas.

As “coisas” são do jeito que são no mundo real, no entanto estamos lidando aqui com o mundo de idéia sobre “coisas”, não das “coisas” em si. Para explicarmos algo, desenvolvemos a linguagem. Para nos expressarmos por meio de tal linguagem necessitamos da dúvida, pois a dúvida nos permite questionar, e por meio do questionamento somos inclinados a desenvolver aquilo que denominamos de conhecimento, i.e., a estrutura representativa das coisas.

As coisas são do jeito que são no mundo real? Que jeito? Que mundo real? Você conhece o mundo real? Ele existe? Talvez estejamos lidando com um mundo de idéias, mas será que essas idéias se referem as “coisas do mundo real”? E se elas são divergentes do mundo real, porque você as chama de conhecimento? Você não ia querer saber se o que você denomina de conhecimento condiz com o que você chama de “mundo real”? Se esse suposto conhecimento viola todas as suas duvidas essenciais, e principalmente, se ele não condiz com o seu mundo real, pra que ele serve?

O problema é que temos dificuldade de lidar com as representações alheias, pois o significado delas encontra-se nas “cabeças” alheias, e para que tais representações façam sentido, precisamos desenvolver nossas próprias representações, permitindo assim gerar novos significados às coisas e.g., novos conhecimentos. Você consegue vislumbrar o mundo utópico ausente de dúvidas?

Isso não me parece um problema tão grande quanto à dúvida a respeito das nossas próprias interpretações (enquanto você usa representação eu prefiro interpretação). Se eu vejo uma vaca voando sofro a minha interpretação primária disso, pensar sobre isso é formular minha segunda interpretação, transformá-la em texto minha terceira. Quando eu falar sobre isso, você não verá o que vi. Bom, mas isso é também irrelevante, porque o que eu vi é tão irreal quanto o que você ouviu. O suposto significado a que você se refere me faz pensar nas religiões, que assim como o “conhecimento”, também são falsas e propõem significados para as supostas coisas. Quanto ao mundo utópico preciso pensar um pouco [...] já pensei.

Para descrever qualquer parte do mundo, inventamos símbolos, gestos, palavras, ou qualquer coisa do tipo, porque aparentemente temos a necessidade de expressar como “vemos” o mundo. Talvez seja nesse momento que aparece a dúvida, inicialmente em nossas cabeças para que depois apareçam em cabeças diferentes. E nessa busca por interpretações, tanto de nossas dúvidas, quanto das dúvidas alheias é que vamos lentamente desenvolvendo a estrutura de pensamento comum que denominamos conhecimento. O conhecimento então seria o conjunto de representações que desenvolvemos ao longo da história humana, que busca dar significado as coisas. O problema é que quando dizemos que tal coisa é um copo, as pessoas são levadas a acreditar que aquilo é um realmente um copo. O mundo real é o mundo utópico ausente de dúvidas, pois se conhecêssemos o mundo real não necessitaríamos de dúvidas, pois saberíamos realmente como as coisas são.

Ai está o equivoco, não descrevemos parte alguma do mundo. Tentamos descrever o que interpretamos com nossos sentidos, e como já disse em outro momento, o que nossos sentidos nos mostram não condiz com a realidade. Então porque perder tempo com eles?

Os sentidos são uma capela. A última morada dos deuses.

Não seria melhor "Os sentidos são como uma capela."?

Não.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A dizença do vazio

Por um momento pensei que o vazio fosse algo que pudesse ser preenchido.
Agora me encontro eu, sozinho e cheio de vazio assim como esse blog.

Mesmo que tente encontrar o vazio, ainda assim encontrará, pelo menos o nada:

Será possível alguém em sã consciência escrever coisas ou publicar coisas cheias de vazio?

Eu não compreendi tal questionamento.
Certa feita tive a satisfação de estar com uma pessoa – diga-se de passagem, que eu gosto muito, aliás a amo! E ela teve o desplante de dizer que o meu blog era vazio.

 - ah, eu vi o seu blog esses dias, mas ta meio vazio né!?
Aí eu disse-lhe:
 - Ele está vazio porque você não vai lá postar comentários para deixá-lo cheio de nada. Um blog é feito de comentários, isso inclui os seus.

Então... que o vazio encha a sua cabeça de nada, para que dessa forma você possa perceber o quanto nós seres humanos somos completamente cheios de nada, se é que isso completa o seu vazio.

Estou cheio de ter que completar os vazios alheios...

Mas de certa forma, acho que é isso que me propus quando criei esse blog... e se não estou suprindo as necessidades alheias, a única coisa que posso fazer neste momento inusitado é elucidar a diferença entre vazio e nada.

Coisa para se pensar... estou cansado.

Foi um imenso prazer ter você perto de mim novamente.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

E para o blog

Com voc6s [...] Charles Bukowski! Aplausos por favor. – isso é o que está escrito na dália.

EMENDA AO ACORDO DE LIBERAÇÃO DOS SERVIÇOS DE DIREÇÃO DE JON PINCHOT

Tendo sido escrito por um advogado, era quase ilegível, mas parecia exigir que Almeida liberasse o filme para Edilene e ficasse com o dinheiro que seria de Jon.
Devolvi os papeis a ele.
- Qual é a Solução n. 27
- O corte dos pedaços.
- Chama isso de solução?
- Acho que se podia chamar de resolução.
- Você não vai fazer isso?
- Vou sim. É só o que sei.
- Você está doido?
- Não. Não. Mas venha comigo. Preciso me preparar.
- Preparar?
- É.


Imagem: http://www.lpm-editores.com.br/livros/Imagens/pocket131%281%29.jpg

quarta-feira, 23 de junho de 2010

representações linguísticas comprometidas

     O conceito não é puro. Ele é dotado de propriedades variáveis e invariáveis. Aquilo que é invariável detem a parcela de significado do conceito.
     Então... Por meio da negociação 24x7x365 entre o variável e o invariável, o sujeito (indivíduo) tem a oportunidade de construir seus conceitos particulares e manter uma relação com as situações e os significantes.
     Situações que fazem muito sentido para o indivíduo estão carregadas de "verdades" e de "pensamentos". As verdades são a base para reformulação dos pensamentos, que por sua vez podem reestruturar as verdades, iniciando assim uma eterna negociação conceitual cognitiva.
     Respeitar a individualidade e a diversidade da cognição humana é um elemento de importância ímpar para o bom desenvolvimento educativo, pois a aprendizagem requer lentidão e gradualidade diante dos campos conceituais disponíveis nos diversos telencéfalos humanos.
     Uma interpretação reducionista de que tais campos são meras operações lógicas podem colocar em risco a boa e eterna negociação conceitual, comprometendo assim os significantes.

sábado, 19 de junho de 2010

Novas questões velhas perguntas

    A educação de “hoje” vem promovendo conceitos deturpados em relação à construção de significados. Visões de que a informação precisa ser acumulada em grandes quantidades, a tecnologia leva ao progresso, os consumidores têm direitos e eles precisam ser acessados – mesmo que para isso tenham que comprar mais e mais; a globalização e o livre comércio são bons para todos; a educação não é uma mercadoria! Tais visões estão fora de foco.
    Para justificar o princípio da interação social e do questionamento onde ser ensina/aprende perguntas ao invés de respostas, Moreira utiliza um comentário de Postman e Weingarther: “o conhecimento não está nos livros à espera de que alguém venha a aprendê-lo; o conhecimento é produzido em respostas a perguntas; todo novo conhecimento resulta de novas perguntas, muitas vezes novas perguntas sobre velhas perguntas” (op. cit. P. 23 apud MOREIRA, 2005, p. 6). No entanto o conhecimento é construído com base em perguntas, muitas vezes velhas perguntas sobre questões novas.
    Se alguém não souber isto, significa muito provavelmente, que esse alguém já se perguntou sobre isso antes, ou seja, esse alguém está perguntando o que já foi perguntado, portanto, são perguntas velhas sobre questões novas. Novas porque estão “na cabeça” dele. Ninguém, ensina a ninguém. – isso não foi o que Paulo Freire disse! Perceba o referencial.
    Semelhante a pergunta: como as pessoas são capazes de aprender a aprender outra língua? É claro que a resposta não é simples. Mas se olharmos pelo viés da aprendizagem significativa, perceberemos que o fato de ler uma palavra em outra língua e não compreendê-la, faz do indivíduo um questionador. Ele então sai em busca de respostas novas para perguntas velhas. Ao traduzir a tal palavra elucidando assim o mistério de seu questionamento, ele não mais necessitará do tradutor, e quando passar por aquela palavra outra vez, diz-se que ele aprendeu.
    O problema da aprendizagem significativa crítica reside na compreensão da linguagem. Estrutura de comunicação tão falha quanto às melhores formas de representação que temos do mundo. Isto significa que mesmo que acreditássemos na idéia de que compreendemos uma palavra em outra língua, ainda sim não a teríamos compreendido. Aprender a aprender é talvez a única saída que temos para driblar a linguagem. Vejamos um exemplo de “telefone sem fio”, veja como é complicada a compreensão das coisas por meio da linguagem:

"Sinto-me tentado a crer" dizia Locke, resumido por Leibniz, "que, se examinássemos a fundo as imperfeições da linguagem, a maior parte das disputas cairiam por si mesmas e que o caminho do conhecimento, e talvez o da paz, ficariam mais aberto para os homens." (LALANDE, 1999, prefácio)

    Mas é necessário tentar! Por meio do teste, temos a oportunidade de errar e consequentemente, corrigir sistematicamente o erro, promovendo o que é denominado de aprendizagem significativa crítica. Temos que aplicar tudo aquilo que julgamos conhecer, para que desse modo possamos intervir no momento em que acharmos que nosso conhecimento é verdadeiro, absoluto e imutável, ou seja, que somos deuses.

Referências

LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. 3a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MOREIRA, M. A.. Aprendizagem Significativa Crítica. Disponível em < http://www.if.ufrgs.br/~moreira/apsigcritport.pdf> Acesso em: 19 junho 2010.

Química Supramolecular

Organismos vivos fornecem exemplos da escala supramolecular, como o flagelo da bactéria intestinal Echerichia coli. Fios de proteína com cerca de 15 nm de espessura e 10 nm de comprimento se projetam da parede celular da bactéria, e seus movimentos em forma de saca-rolha, propelem o organismo através do meio fluido. É uma espécie de motor molecular que tem todas as características dos melhores motores feitos pelo homem, mas tem a ordem de 25 nm de tamanho. Um rotor de proteína que gira sobre rolamentos de proteína (figura). O motor é movido eletroquimicamente, pela força eletromotriz desencadeada por um desequilíbrio de íons hidrogênio (uma diferença de pH), girando numa freqüência de 60 Hz (ciclos por segundo). Ser capaz de arranjar moléculas dessa maneira, sofisticada, é uma das necessidades dos químicos supramoleculares.

Talvez uma maneira interessante definir o papel dos químicos diante de tamanha sofisticação, seria fazer uma analogia com as línguas. Pode-se dizer que os átomos são as letras da química: unidades fundamentais e distintas, mas que em si são desprovidas de significado. A molécula é a palavra (e portanto já contém alguma informação!). Assim, a química supramolecular representa o início de uma tentativa de desenvolver a química como uma literatura: a supramolécula é a sentença; e, além desse ponto, podemos esperar escrever livros de agregados polimoleculares; e, desta maneira, começarmos a contar histórias. (LEHN, in New Chemistry – Nina Hall, 2000)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

World Science Festival 2009: Bobby McFerrin Demonstrates the Power of th...

Bobby McFerrin demonstrates the power of the pentatonic scale, using audience participation, at the event "Notes & Neurons: In Search of the Common Chorus", from the 2009 World Science Festival, June 12, 2009.

O vídeo abaixo leva a todos os que se deixam tocar pela música num estado de encantamento. Trata-se de uma demonstração feita por Bobby McFerrin, cantor e compositor britânico radicado nos EUA, sobre a escala pentatônica, num debate entre ele e três neurocientistas, realizado no World Science Festival.

Para saber mais acesse Ciência na Mídia

sábado, 12 de junho de 2010

Como realfabetizar um adulto?


A quantidade de folhetos sobre cursos de educação de adultos que insiste em entrulhar minha correspondência já me convenceu que devo estar em alguma lista especial de analfabetos. Não que eu esteja me queixando. Há coisas nesses folhetos que me deixam tão fascinado quanto num catálogo de acessórios para a lua-de-mel em Hong kong, enviado a mim certa vez por engano. Sempre que leio um deles tenho vontade de largar tudo e voltar correndo para escola. (Fui expulso da faculdade há muitos anos atrás, vítima de certas acusações infundadas, não muito diferentes das que mandaram um conhecido personagem para a cadeira elétrica)Até agora, no entanto, continuo um pessoa precariamente educada, mas ligeiramente chegada a ficar imaginando folhetos típicos desses tais cursos. Como este:

Filosofia 1: de Platão a Camus, todo o mundo será estudado, com ênfase nos seguintes tópicos:

* ÉTICA: o imperativo categórico, e como fazer com que ele funcione a seu favor.
* ESTÉTICA: será a arte o espelho da vida? Se não, que diabo é?
* METAFÍSICA: o que acontece à alma depois da morte? Como é que ela se arranja?
* EPISTEMOLOGIA: será o conhecimento conhecível? Se não for, como poderíamos conhê-lo?
* ABSURDO: por que a existência é frequentemente considerada tão tola, particularmente para homens que usam sapatos de duas cores, bico fino? Multiplicidade e unicidade serão estudadas em suas relações com a outricidade. (Os alunos que se graduarem em unicidade são promovidos à duplicidade.)

Woody Allen - Cuca fundida

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Acróstico

Mais do que uma simples mulher
Anomalia da natureza
Rendam-se os fortes a tanta beleza
Instigante e pura
Anunciação que faz florescer
Natureza austera
Apaixonante visão

Linda como um colibri
Uma vez vista, uma vez enredado
Inútil lutar!
Zumbido no coração
Aproximar-se é se encantar

Por quanto tempo isso vai durar?
Eternidade talvez
Renda-se logo
Estado igual a esse jamais vai encontrar
Isso é digno de adoração
Renda-se logo
Aproximei-me!

Do pequeno momento juntos
Obtêm-se pouco mais do que uma gota de néctar
Sentida com todo o poder dos sentidos

Saudade é a sensação mais acentuada
Antes não tivesse se envolvido
Não se tem poder pra decidir
Tantos e tantos já tentaram
Obstante serei se eu te servir
Sapiente lábios de mel

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Us, and them


Tendo iniciado esse blog é possuível perceber em mim uma atitude curiosa, uma mistura de tentativa e coragem de enfrentar a parte branca dos campos dos textos.

Isso também mostra que sou uma pessoa comum...

Espero por conseguir fazer isso periódicamente, visto que meu tempo anda cada vez mais curto!!

Talves isso se transforme num muro de lamentações, ou mesmo um espaço para desabafo e a mais pura expressão do tédio.

"sabe esses dias em que horas dizem nada"

Estou muito ansioso para mergulhar nesse mundo blogueiro, e não importa se alguém algum dia lerá o que está escrito aqui, mas pelo menos eu terei esvaziado a minha merte insana das besteiras e afliçoes.

Um grande abraço.

Us, and them
And after all we're only ordinary men.