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sábado, 19 de junho de 2010

Química Supramolecular

Organismos vivos fornecem exemplos da escala supramolecular, como o flagelo da bactéria intestinal Echerichia coli. Fios de proteína com cerca de 15 nm de espessura e 10 nm de comprimento se projetam da parede celular da bactéria, e seus movimentos em forma de saca-rolha, propelem o organismo através do meio fluido. É uma espécie de motor molecular que tem todas as características dos melhores motores feitos pelo homem, mas tem a ordem de 25 nm de tamanho. Um rotor de proteína que gira sobre rolamentos de proteína (figura). O motor é movido eletroquimicamente, pela força eletromotriz desencadeada por um desequilíbrio de íons hidrogênio (uma diferença de pH), girando numa freqüência de 60 Hz (ciclos por segundo). Ser capaz de arranjar moléculas dessa maneira, sofisticada, é uma das necessidades dos químicos supramoleculares.

Talvez uma maneira interessante definir o papel dos químicos diante de tamanha sofisticação, seria fazer uma analogia com as línguas. Pode-se dizer que os átomos são as letras da química: unidades fundamentais e distintas, mas que em si são desprovidas de significado. A molécula é a palavra (e portanto já contém alguma informação!). Assim, a química supramolecular representa o início de uma tentativa de desenvolver a química como uma literatura: a supramolécula é a sentença; e, além desse ponto, podemos esperar escrever livros de agregados polimoleculares; e, desta maneira, começarmos a contar histórias. (LEHN, in New Chemistry – Nina Hall, 2000)

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