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quarta-feira, 23 de junho de 2010

representações linguísticas comprometidas

     O conceito não é puro. Ele é dotado de propriedades variáveis e invariáveis. Aquilo que é invariável detem a parcela de significado do conceito.
     Então... Por meio da negociação 24x7x365 entre o variável e o invariável, o sujeito (indivíduo) tem a oportunidade de construir seus conceitos particulares e manter uma relação com as situações e os significantes.
     Situações que fazem muito sentido para o indivíduo estão carregadas de "verdades" e de "pensamentos". As verdades são a base para reformulação dos pensamentos, que por sua vez podem reestruturar as verdades, iniciando assim uma eterna negociação conceitual cognitiva.
     Respeitar a individualidade e a diversidade da cognição humana é um elemento de importância ímpar para o bom desenvolvimento educativo, pois a aprendizagem requer lentidão e gradualidade diante dos campos conceituais disponíveis nos diversos telencéfalos humanos.
     Uma interpretação reducionista de que tais campos são meras operações lógicas podem colocar em risco a boa e eterna negociação conceitual, comprometendo assim os significantes.

sábado, 19 de junho de 2010

Novas questões velhas perguntas

    A educação de “hoje” vem promovendo conceitos deturpados em relação à construção de significados. Visões de que a informação precisa ser acumulada em grandes quantidades, a tecnologia leva ao progresso, os consumidores têm direitos e eles precisam ser acessados – mesmo que para isso tenham que comprar mais e mais; a globalização e o livre comércio são bons para todos; a educação não é uma mercadoria! Tais visões estão fora de foco.
    Para justificar o princípio da interação social e do questionamento onde ser ensina/aprende perguntas ao invés de respostas, Moreira utiliza um comentário de Postman e Weingarther: “o conhecimento não está nos livros à espera de que alguém venha a aprendê-lo; o conhecimento é produzido em respostas a perguntas; todo novo conhecimento resulta de novas perguntas, muitas vezes novas perguntas sobre velhas perguntas” (op. cit. P. 23 apud MOREIRA, 2005, p. 6). No entanto o conhecimento é construído com base em perguntas, muitas vezes velhas perguntas sobre questões novas.
    Se alguém não souber isto, significa muito provavelmente, que esse alguém já se perguntou sobre isso antes, ou seja, esse alguém está perguntando o que já foi perguntado, portanto, são perguntas velhas sobre questões novas. Novas porque estão “na cabeça” dele. Ninguém, ensina a ninguém. – isso não foi o que Paulo Freire disse! Perceba o referencial.
    Semelhante a pergunta: como as pessoas são capazes de aprender a aprender outra língua? É claro que a resposta não é simples. Mas se olharmos pelo viés da aprendizagem significativa, perceberemos que o fato de ler uma palavra em outra língua e não compreendê-la, faz do indivíduo um questionador. Ele então sai em busca de respostas novas para perguntas velhas. Ao traduzir a tal palavra elucidando assim o mistério de seu questionamento, ele não mais necessitará do tradutor, e quando passar por aquela palavra outra vez, diz-se que ele aprendeu.
    O problema da aprendizagem significativa crítica reside na compreensão da linguagem. Estrutura de comunicação tão falha quanto às melhores formas de representação que temos do mundo. Isto significa que mesmo que acreditássemos na idéia de que compreendemos uma palavra em outra língua, ainda sim não a teríamos compreendido. Aprender a aprender é talvez a única saída que temos para driblar a linguagem. Vejamos um exemplo de “telefone sem fio”, veja como é complicada a compreensão das coisas por meio da linguagem:

"Sinto-me tentado a crer" dizia Locke, resumido por Leibniz, "que, se examinássemos a fundo as imperfeições da linguagem, a maior parte das disputas cairiam por si mesmas e que o caminho do conhecimento, e talvez o da paz, ficariam mais aberto para os homens." (LALANDE, 1999, prefácio)

    Mas é necessário tentar! Por meio do teste, temos a oportunidade de errar e consequentemente, corrigir sistematicamente o erro, promovendo o que é denominado de aprendizagem significativa crítica. Temos que aplicar tudo aquilo que julgamos conhecer, para que desse modo possamos intervir no momento em que acharmos que nosso conhecimento é verdadeiro, absoluto e imutável, ou seja, que somos deuses.

Referências

LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. 3a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MOREIRA, M. A.. Aprendizagem Significativa Crítica. Disponível em < http://www.if.ufrgs.br/~moreira/apsigcritport.pdf> Acesso em: 19 junho 2010.

Química Supramolecular

Organismos vivos fornecem exemplos da escala supramolecular, como o flagelo da bactéria intestinal Echerichia coli. Fios de proteína com cerca de 15 nm de espessura e 10 nm de comprimento se projetam da parede celular da bactéria, e seus movimentos em forma de saca-rolha, propelem o organismo através do meio fluido. É uma espécie de motor molecular que tem todas as características dos melhores motores feitos pelo homem, mas tem a ordem de 25 nm de tamanho. Um rotor de proteína que gira sobre rolamentos de proteína (figura). O motor é movido eletroquimicamente, pela força eletromotriz desencadeada por um desequilíbrio de íons hidrogênio (uma diferença de pH), girando numa freqüência de 60 Hz (ciclos por segundo). Ser capaz de arranjar moléculas dessa maneira, sofisticada, é uma das necessidades dos químicos supramoleculares.

Talvez uma maneira interessante definir o papel dos químicos diante de tamanha sofisticação, seria fazer uma analogia com as línguas. Pode-se dizer que os átomos são as letras da química: unidades fundamentais e distintas, mas que em si são desprovidas de significado. A molécula é a palavra (e portanto já contém alguma informação!). Assim, a química supramolecular representa o início de uma tentativa de desenvolver a química como uma literatura: a supramolécula é a sentença; e, além desse ponto, podemos esperar escrever livros de agregados polimoleculares; e, desta maneira, começarmos a contar histórias. (LEHN, in New Chemistry – Nina Hall, 2000)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

World Science Festival 2009: Bobby McFerrin Demonstrates the Power of th...

Bobby McFerrin demonstrates the power of the pentatonic scale, using audience participation, at the event "Notes & Neurons: In Search of the Common Chorus", from the 2009 World Science Festival, June 12, 2009.

O vídeo abaixo leva a todos os que se deixam tocar pela música num estado de encantamento. Trata-se de uma demonstração feita por Bobby McFerrin, cantor e compositor britânico radicado nos EUA, sobre a escala pentatônica, num debate entre ele e três neurocientistas, realizado no World Science Festival.

Para saber mais acesse Ciência na Mídia

sábado, 12 de junho de 2010

Como realfabetizar um adulto?


A quantidade de folhetos sobre cursos de educação de adultos que insiste em entrulhar minha correspondência já me convenceu que devo estar em alguma lista especial de analfabetos. Não que eu esteja me queixando. Há coisas nesses folhetos que me deixam tão fascinado quanto num catálogo de acessórios para a lua-de-mel em Hong kong, enviado a mim certa vez por engano. Sempre que leio um deles tenho vontade de largar tudo e voltar correndo para escola. (Fui expulso da faculdade há muitos anos atrás, vítima de certas acusações infundadas, não muito diferentes das que mandaram um conhecido personagem para a cadeira elétrica)Até agora, no entanto, continuo um pessoa precariamente educada, mas ligeiramente chegada a ficar imaginando folhetos típicos desses tais cursos. Como este:

Filosofia 1: de Platão a Camus, todo o mundo será estudado, com ênfase nos seguintes tópicos:

* ÉTICA: o imperativo categórico, e como fazer com que ele funcione a seu favor.
* ESTÉTICA: será a arte o espelho da vida? Se não, que diabo é?
* METAFÍSICA: o que acontece à alma depois da morte? Como é que ela se arranja?
* EPISTEMOLOGIA: será o conhecimento conhecível? Se não for, como poderíamos conhê-lo?
* ABSURDO: por que a existência é frequentemente considerada tão tola, particularmente para homens que usam sapatos de duas cores, bico fino? Multiplicidade e unicidade serão estudadas em suas relações com a outricidade. (Os alunos que se graduarem em unicidade são promovidos à duplicidade.)

Woody Allen - Cuca fundida

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Acróstico

Mais do que uma simples mulher
Anomalia da natureza
Rendam-se os fortes a tanta beleza
Instigante e pura
Anunciação que faz florescer
Natureza austera
Apaixonante visão

Linda como um colibri
Uma vez vista, uma vez enredado
Inútil lutar!
Zumbido no coração
Aproximar-se é se encantar

Por quanto tempo isso vai durar?
Eternidade talvez
Renda-se logo
Estado igual a esse jamais vai encontrar
Isso é digno de adoração
Renda-se logo
Aproximei-me!

Do pequeno momento juntos
Obtêm-se pouco mais do que uma gota de néctar
Sentida com todo o poder dos sentidos

Saudade é a sensação mais acentuada
Antes não tivesse se envolvido
Não se tem poder pra decidir
Tantos e tantos já tentaram
Obstante serei se eu te servir
Sapiente lábios de mel

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Us, and them


Tendo iniciado esse blog é possuível perceber em mim uma atitude curiosa, uma mistura de tentativa e coragem de enfrentar a parte branca dos campos dos textos.

Isso também mostra que sou uma pessoa comum...

Espero por conseguir fazer isso periódicamente, visto que meu tempo anda cada vez mais curto!!

Talves isso se transforme num muro de lamentações, ou mesmo um espaço para desabafo e a mais pura expressão do tédio.

"sabe esses dias em que horas dizem nada"

Estou muito ansioso para mergulhar nesse mundo blogueiro, e não importa se alguém algum dia lerá o que está escrito aqui, mas pelo menos eu terei esvaziado a minha merte insana das besteiras e afliçoes.

Um grande abraço.

Us, and them
And after all we're only ordinary men.